Câncer no estômago tem cura?

Dra. Beatriz Azevedo • 20 de dezembro de 2019

O câncer no estômago, também chamado de câncer gástrico, é um tipo de tumor bastante comum na população. Segundo estatísticas do INCA (Instituto Nacional de Câncer), em 2018 foram estimados 21.290 novos casos, sendo 13.540 em homens e 7.750 em mulheres.


No Brasil, inclusive, este é terceiro tipo de câncer mais frequente em homens e o quinto em mulheres. Por isso, é importante ter em mente que o diagnóstico precoce é fundamental para trazer melhores resultados de tratamento.


Portanto, para que você se informe melhor sobre a doença, vamos explicar sobre os sintomas, o diagnóstico e o tratamento do câncer no estômago. Entenda a seguir!


O que é o câncer no estômago?

O câncer no estômago é o crescimento desordenado de células anormais desse órgão do sistema digestivo. 


Essas células, que costumam ser agressivas e dividem-se incontrolavelmente, formam o tumor maligno. Elas podem invadir órgãos próximos e até se espalhar para outras regiões do corpo, processo chamado de metástase.


Existem vários tipos de câncer no estômago, que se diferenciam conforme a parte do órgão em que o tumor se forma. São eles:


  • o adenocarcinoma (responsável por 95% dos casos);
  • os linfomas e sarcomas (que são mais raros);
  • e o GIST (tumor estromal gastrointestinal).


Quais os sinais e sintomas da doença?

Infelizmente, a maior parte dos tumores de estômago são assintomáticos em sua fase inicial. Entretanto, alguns pacientes podem sentir certos sinais, como dor epigástrica (na “boca do estômago”), desconforto abdominal depois das refeições e sensação de estômago cheio.


Com o avanço da doença, podem surgir como principais sintomas do câncer no estômago:


  • Dificuldade de digestão;
  • Dores abdominais intensas;
  • Perda de peso e de apetite;
  • Anemia;
  • Fadiga e fraqueza;
  • Forte azia;
  • Fezes escurecidas, pastosas e/ou com sangue;
  • Náuseas e vômitos (com ou sem sangue).


Em estágios ainda mais avançados, podem ocorrer:


  • Aumento do tamanho do fígado;
  • Íngua do lado esquerdo e inferior do pescoço;
  • Massa palpável na parte superior do abdômen;
  • Nódulos na região do umbigo.


Quais os fatores de risco para esse tipo de câncer?

Sexo e idade são dois dos principais fatores de risco para o surgimento de câncer no estômago. Os principais afetados são homens por volta de 60 a 70 anos. Além disso, pessoas acima de 50 anos formam a faixa etária que compõe cerca de 65% dos pacientes com câncer no estômago.


Outros fatores de risco são:


  • Consumo excessivo de alimentos defumados, enlatados, com corantes, salgados ou conservados em sal;
  • Alimentação pobre em vitamina A e C;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Tabagismo;
  • Excesso de peso ou obesidade;
  • Pacientes que já se submeteram a cirurgias no estômago;
  • Doenças como gastrite crônica, anemia perniciosa, metaplasia intestinal 
  • Exposição a compostos químicos, como agrotóxicos e os utilizados na produção de borracha (como óleos minerais, benzeno, zinco e outros);
  • Histórico familiar (parentes de primeiro grau que têm ou tiveram câncer no estômago).


Vale mencionar que a relação entre a infecção do estômago causada pela bactéria H. pylori e o desenvolvimento do câncer é controversa.


O que se sabe é que essas bactérias habitam no organismo de grande parte da população, alojando-se preferencialmente em estômagos alterados (como o de pessoas que já passaram por cirurgia bariátrica ou tem cicatrizes de úlceras), e podem causar problemas estomacais, como gastrite e úlcera.


Como o câncer gástrico é diagnosticado?

Para pessoas com sinais e sintomas que sugerem um câncer no estômago, o diagnóstico precoce pode ser feito através de:


  1. Endoscopia digestiva alta: para visualização do esôfago e do estômago e realização de biópsia.
  2. Ultrassonografia endoscópica: em casos que a hipótese é de estágio inicial.
  3. Tomografia computadorizada: para analisar a extensão do câncer no estômago.


Pacientes assintomáticos mas pertencentes a grupos de riscos podem fazer exames periódicos para rastreamento da doença.


Qual o tratamento para o câncer no estômago?

Os tratamentos para câncer no estômago podem variar conforme o tipo e o estágio da doença. Os mais utilizados são:


Cirurgia

Tratamento mais utilizado, a gastrectomia consiste na remoção parcial ou total do estômago, dos linfonodos próximos e demais tecidos afetados, como esôfago, duodeno e baço.


A escolha pela cirurgia total ou parcial depende da localização, da extensão e do subtipo do câncer gástrico. Na remoção total, liga-se o esôfago ao intestino delgado para que o paciente possa se alimentar.


Quimioterapia

O tratamento com quimioterapia pode ser feito antes e/ou depois da cirurgia. A medicação quimioterápica contribui para aumentar as chances de cura, já que tem como objetivo impedir o crescimento de células cancerígenas e destruí-las.


Radioterapia

Para cessar o crescimento ou matar as células cancerígenas, a radioterapia utiliza substâncias radioativas no tecido afetado pelo tumor. 


Tratamento paliativo

Quando a cirurgia não é possível ou há metástase, o tratamento paliativo busca aliviar sintomas, melhorar a qualidade de vida do paciente e aumentar sua sobrevida. Podem ser utilizados medicamentos, transfusões sanguíneas, radioterapia e quimioterapia paliativas e outros métodos, conforme os sintomas e a extensão do câncer.


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Como visto, apesar de existirem tratamentos para o câncer de estômago, a melhor alternativa é procurar um médico para que seja feito diagnóstico precoce logo no início dos sintomas. 


O ideal é sempre manter hábitos alimentares saudáveis e, caso faça parte de algum grupo de risco, manter-se alerta através de exames de rotina e atenção a qualquer alteração . 


Quanto mais cedo é realizado o diagnóstico, maiores são as chances de cura do câncer no estômago.

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