Tudo sobre câncer colorretal

Dra. Beatriz Azevedo • Aug 13, 2020

O câncer colorretal é um tipo de tumor maligno que se desenvolve no intestino grosso, podendo afetar o cólon ou a porção final, chamada de reto. Por isso, também é chamado de câncer de cólon e reto ou, simplesmente, câncer de intestino.


A doença pode ser tratada e, na maioria das vezes, curada. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar que o tumor se espalhe para outros órgãos, o que diminui as chances de cura.


Portanto, para que você possa se prevenir contra o câncer colorretal, vamos explicar tudo sobre a patologia neste artigo. 


Entenda como ele se forma, quais são as causas e os sintomas, como é feito o diagnóstico, quais os tratamentos disponíveis e outras informações importantes. 


Boa leitura!


O que é câncer colorretal?

O câncer colorretal é aquele que acomete o intestino grosso.. Geralmente, o tumor se inicia de forma benigna, por meio do aparecimento de pólipos, que são pequenas lesões, visualmente semelhantes a "verrugas" na mucosa do intestino grosso.


Com o tempo, esses pólipos sofrem alterações em suas células, podendo crescer até que por sucessivos erros de multiplicação celular adquirem potencial invasivo, ou seja, transformam-se em câncer. Sendo assim, uma das formas de prevenção contra esse tipo de câncer se dá por meio do rastreamento e da detecção precoce dos pólipos, o que pode ser feito com exames como a colonoscopia.


Dessa forma, eles podem ser retirados antes que evoluam para o estado cancerígeno.


Quais são as causas e os fatores de risco?

Quando falamos em câncer colorretal, não há uma causa conhecida ou identificável. Contudo, existem vários fatores de risco que podem propiciar o surgimento do tumor. 


Os principais são:


  • Idade igual ou superior a 45 anos;
  • Excesso de peso;
  • Alimentação não saudável e pobre em fibras;
  • Consumo excessivo de embutidos e defumados;
  • Grande ingestão de bebidas alcoólicas;
  • Tabagismo.


Além desses fatores de risco, também há aqueles relacionados ao histórico de doenças do paciente, por exemplo:


  1. Histórico familiar de câncer de intestino;
  2. Histórico pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama;
  3. Doenças inflamatórias do intestino, como doença de Crohn e retocolite ulcerativa crônica;
  4. Doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar e câncer colorretal hereditário sem polipose.


Quais são os sinais e sintomas?

Os sinais e sintomas do câncer colorretal podem variar conforme o local do tumor e o estágio da doença. No início, a doença é assintomática e, à medida que avança, passa a apresentar uma série de sintomas. 


Os mais frequentes são:


  • Sangue nas fezes;
  • Dor, desconforto ou cólicas abdominais;
  • Mudança no hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre);
  • Alteração na forma das fezes (finas e compridas);
  • Perda inexplicável de peso;
  • Fadiga e fraqueza;
  • Anemia;
  • Formação de massa abdominal.


Vale destacar que esses sintomas também são comuns em outras patologias, como hemorroidas, intestino irritável, dispepsias etc.


Portanto, eles não são, necessariamente, evidência de um câncer.


Por isso, é fundamental realizar um acompanhamento médico adequado, a fim de investigar o problema e obter o diagnóstico correto.


Como é feito o diagnóstico? 

Como vimos, são vários os sinais que podem ser um indício de câncer colorretal. Além de saber distingui-los, também é importante considerar a localização do possível tumor.


Caso a doença se desenvolva no reto – que é a parte final do intestino grosso –, a suspeita diagnóstica  pode ser feita no próprio consultório médico, por meio de exame de toque retal.


Já se for no cólon, que fica na porção mais acima do intestino grosso, o exame clínico em consultório pode ser completamente normal ou apresentar indícios inespecíficos, como sangue ao toque retal, distensão abdominal ou massas palpáveis. 


Em ambos os casos é necessária a realização do exame de colonoscopia. Nesse procedimento, um aparelho com uma câmera na ponta é introduzido através do ânus e percorre todo o intestino grosso para verificar se há algum tipo de lesão. 


Caso seja detectada a existência de tumor, é realizada uma biópsia que consiste no exame de uma pequena amostra de tecido retirado da lesão que se suspeita ser cancerígena. O laudo emitido pelo médico patologista confirma ou descarta o diagnóstico. 


Quais são os tratamentos disponíveis?

O tratamento mais adequado depende das características do tumor, como tamanho, extensão e localização e da presença ou não de doença fora do intestino (metástases)  Quando o câncer de intestino atinge o estágio de metástase, espalhando-se para outros órgãos, as chances de cura são menores, porém não nulas.


Contudo, na maioria dos casos, o câncer colorretal é tratável e curável. No caso de tumores de reto localizados próximos ao ânus, o tratamento, no geral, se inicia com radioterapia associada ou não a quimioterapia, seguida de cirurgia.


Nos tumores do cólon, o tratamento, em geral, se inicia com cirurgia seguida de quimioterapia se necessário. 


Nos tumores metastáticos a conduta depende do número e localização das metástases. 


Bônus: Dúvidas frequentes sobre câncer colorretal

Como vimos, o câncer colorretal pode ser tratado, curado e até mesmo evitado. Ainda assim, ele é um dos tipos mais comuns de câncer, chegando a acarretar altas taxas de óbito. 


Para evitar que isso aconteça, a informação é o primeiro passo. Por isso, respondemos algumas dúvidas frequentes sobre o assunto. Confira!


1. Posso evitar o câncer colorretal?

Sim, este é um dos tipos mais evitáveis de câncer. Para isso, um estilo de vida saudável é fundamental, com hábitos como: 


  • Manter o peso adequado;
  • Praticar atividade física;
  • Ter uma boa alimentação, principalmente rica em fibras para ajudar no funcionamento do intestino.


2. Só é necessário fazer exame se houver sintomas?

Como vimos, o câncer colorretal pode ser silencioso nas fases iniciais da doença. Por isso, é fundamental realizar exames preventivos, mesmo sem sinais aparentes. 


Isso é ainda mais necessário para pacientes que fazem parte do grupo de risco. Assim, é possível identificar lesões benignas antes que elas se tornem malignas.


3. Tenho menos de 45 anos: estou livre do câncer colorretal?

De fato, esse tipo de câncer é mais frequente em pessoas com mais de 45 anos de idade. Contudo, pacientes de qualquer faixa etária podem ser acometidos pela doença, principalmente, se houver fatores de risco. Por isso, na presença de sinais e sintomas, é fundamental procurar um médico.


--


Lembre-se de que um especialista de confiança é essencial para que você obtenha o diagnóstico correto e o tratamento mais adequado. Procure um profissional capacitado e também que saiba ouvir o paciente para que o auxilie da melhor forma possível.



Para obter mais informações sobre o assunto, acesse o nosso blog e confira outros artigos!

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