A cirurgia de remoção da vesícula biliar, também conhecida como colecistectomia, é um procedimento muito comum, utilizado quando a vesícula biliar, órgão responsável por armazenar a bile, um fluido produzido pelo fígado que ajuda a quebrar alimentos gordurosos, passa a não funcionar efetivamente. O procedimento cirúrgico pode ser efetuado de duas formas: convencional (cirurgia aberta) e laparoscópica (cirurgia por vídeo).
O procedimento é indicado na presença de pedras na vesícula ou pólipos maiores do que 5mm e consiste na remoção do órgão contendo os cálculos. A cirurgia é necessária, pois os cálculos podem causar inflamação na vesícula, ficar presos nos canais de bile causando icterícia (amarelamento nos olhos e na pele), ou inflamar o canal pancreático causando pancreatite.
Em relação a pacientes considerados de alto risco, hoje a cirurgia laparoscópica é a mais recomendada, oferecendo riscos mínimos, por apresentar menor reação metabólica, inflamatória e imunológica, quando comparada a uma cirurgia aberta.
Na cirurgia laparoscópica, o tempo de recuperação não costuma ser longo. A maioria das pessoas podem deixar o hospital no mesmo dia ou na manhã seguinte, e retornar às atividades normais dentro de 1 semana. Já na cirurgia aberta, o tempo de recuperação é maior, podendo ser necessário ficar no hospital por 3 a 5 dias e ter que aguardar de 6 a 8 semanas para retomar as atividades, porém atualmente a técnica aberta é muito pouco utilizada.
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Mito! Na verdade, após a cirurgia não há dificuldade maior do que já havia para a digestão de gorduras, inclusive, após a operação não há mais risco de cólica biliar ao ingerir alimentos mais gordurosos.
Sim! 30% das pessoas podem ter uma alteração do hábito intestinal que se torna mais “solto” após a cirurgia. Todavia, os sintomas melhoram em até 6 meses espontaneamente.
Não! Atualmente a via laparoscópica (vídeo) é sempre preferida mesmo em situações de urgência por ser menos invasiva e propiciar uma recuperação mais rápida. Raramente encontramos a necessidade de converter a cirurgia para técnica convencional.
Me formei em medicina em 2007 pela faculdade de medicina de Botucatu – UNESP. Após os 6 anos de faculdade me mudei para São Paulo onde fiz duas residências médicas; cirurgia geral e cirurgia do aparelho digestivo, ambas no Hospital das Clínicas da Faculdade de medicina da USP.
Após as especializações permaneci mais um ano como preceptora dos médicos residentes de cirurgia do aparelho digestivo e dos alunos de graduação em medicina. Período no qual aprendi uma das coisas que mais amo fazer até hoje – orientar os mais jovens na arte e ciência da cirurgia. Durante esse período também, aprimorei as técnicas de cirurgia laparoscópica gastrointestinal que permitem tratamento de doenças complexas de forma minimamente invasiva.
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